Por que uma biblioteca deve ter um canal no YouTube? Como uma biblioteca pode tirar proveito da criação de um canal próprio em uma plataforma de vídeos?


Crédito: Rafael Cosquiere

Muitas bibliotecas - como a Biblioteca Pública do Rio Grande do Sul e a Biblioteca Estadual do Ceará -  já possuem canal no YouTube, por reconhecerem o potencial da plataforma de vídeos, amplamente utilizada e acessada por milhões de pessoas em todo o mundo. Ter um canal no YouTube oferece às bibliotecas a oportunidade de se conectar com sua comunidade de maneiras novas e envolventes, fornecer conteúdo relevante e promover seus serviços e recursos.

Em canais do YouTube das bibliotecas, é possível encontrar uma variedade de conteúdos, como vídeos de visitas virtuais ao espaço físico do acervo, tutoriais de pesquisa, recomendações de livros, eventos literários gravados, entrevistas com autores, contação de histórias para crianças, discussões sobre literatura, entre outros.

Os canais acabam funcionando como uma extensão online das bibliotecas, permitindo que esses espaços alcancem um público mais amplo, atendam às necessidades de diferentes grupos de usuários e promovam a importância da leitura, do conhecimento e do acesso à informação.

Benefícios para a biblioteca

Canal da Biblioteca Pública do Rio Grande do Sul.

Uma biblioteca pode se beneficiar de um canal de vídeos no YouTube de várias maneiras. O YouTube é uma plataforma de compartilhamento de vídeos amplamente utilizada em todo o mundo. Ter um canal no YouTube permite que a biblioteca alcance um público maior, tanto localmente quanto globalmente. Isso pode ajudar a promover os serviços da biblioteca e atrair novos usuários.

A biblioteca pode usar seu canal no YouTube para promover eventos, programas, workshops, palestras e outras atividades oferecidas. Vídeos informativos ou teasers sobre esses eventos podem ser compartilhados no canal para criar antecipação e engajar o público.

Um teaser é um tipo de vídeo curto e intrigante que tem como objetivo despertar a curiosidade e o interesse do público em relação a um produto, como um livro, um filme, uma série de TV, ou um jogo. Geralmente, um teaser apresenta cenas rápidas, fragmentos de diálogos, imagens sugestivas e elementos de suspense para deixar o público ansioso por mais informações ou pelo lançamento completo do produto.

A biblioteca também pode criar e compartilhar vídeos educativos no YouTube. Esses vídeos podem abordar uma variedade de tópicos, como tutoriais de pesquisa, dicas de leitura, recomendações de livros, resenhas literárias, discussões sobre autores e gêneros, entre outros. Isso ajudará a promover a biblioteca como um recurso valioso de conhecimento e aprendizado.

Da mesma forma, o canal no YouTube pode ser usado para destacar diferentes seções do acervo da biblioteca, como novas aquisições, livros populares, livros temáticos, entre outros. Isso pode incentivar os usuários a visitarem a biblioteca física ou acessarem o acervo online.

O YouTube oferece ainda uma oportunidade de interação com a comunidade. A biblioteca pode receber comentários, perguntas e sugestões dos usuários por meio dos vídeos e responder a eles. Isso ajuda a construir um relacionamento mais próximo com os usuários e fortalece a presença da biblioteca na comunidade.

Ter um canal no YouTube também abre portas para parcerias e colaborações com outros canais relacionados, como canais de autores, editoras, outros bibliotecários e entusiastas da leitura. Essas parcerias podem resultar em conteúdo conjunto, divulgação mútua e alcance expandido.

Conteúdos do canal

Canal da Biblioteca Elcy Lacerda, no Amapá.

Um canal no YouTube de uma biblioteca pode contemplar uma variedade de elementos e tipos de conteúdos. Um clássico é o tour virtual pelas instalações do espeço físico, mostrando diferentes áreas, como a seção de livros, salas de estudo, área infantil, espaço de tecnologia, entre outros. Isso permite que os usuários conheçam a biblioteca mesmo à distância.

Também podem ser disponibilizados vídeos que orientem os usuários sobre como utilizar efetivamente os recursos de pesquisa disponíveis na biblioteca. Pode-se, por exemplo, ensinar a realizar buscas em catálogos online, utilizar bases de dados acadêmicas, acessar e-books, entre outras habilidades relacionadas à pesquisa.

Vídeos onde bibliotecários ou convidados especiais recomendem livros em diferentes gêneros e temas também costumam fazer sucesso. Essas recomendações podem ser feitas por meio de resenhas breves e entusiasmadas, destacando os pontos fortes e a relevância dos livros.

E já que mencionamos convidados especiais, por que não aproveitá-los mais um pouco? O canal pode contemplar entrevistas com autores locais, escritores famosos ou participantes de eventos literários. As entrevistas podem ser gravadas e compartilhadas no canal para que os usuários possam conhecer mais sobre os autores e seus trabalhos. No entanto, há, além disso, a possibilidade das conversas serem transmitas ao vivo, em uma live. O mesmo vale para palestras, debates literários, workshops ou clubes de leitura. Assim, as pessoas que não comparecerem ainda podem participar virtualmente e interagirem com os palestrantes ou outros participantes.

Vídeos de contação de histórias para crianças também podem ser gravados e editados. Os bibliotecários podem ler livros infantis populares ou até mesmo criar suas próprias histórias. Esse tipo de conteúdo pode atrair famílias e incentivar o gosto pela leitura nas crianças.

O canal da biblioteca pode se tornar, efetivamente, um polo difusor de conteúdos relacionados à literatura e à escrita. Vídeos com dicas e conselhos para escritores aspirantes, abordando tópicos como estrutura narrativa, desenvolvimento de personagens, técnicas de escrita, publicação de livros, entre outros, podem ser contemplados.

Por fim, em se tratando do YouTube – o qual é também uma rede social –, parcerias com outros canais e comunidades podem e devem ser engendradas. Outras iniciativas hospedadas na plataforma, como canais de escritores, canais de livros, editoras ou de outras bibliotecas, são potenciais criadoras de conteúdo conjunto, além de potenciais parceiras de promoção mútua.

Essas são apenas algumas ideias para o conteúdo de um canal no YouTube de uma biblioteca. É importante considerar os interesses e necessidades da comunidade local, bem como as metas da biblioteca, ao planejar e produzir o conteúdo do canal.

Produção própria

Canal da Biblioteca Estadual do Ceará.
Profissionais externos especializados podem ser contratados para viabilizar o conteúdo e o canal do YouTube da biblioteca. No entanto, existem várias vantagens no envolvimento direto do bibliotecário ou gestor da biblioteca com a produção dos vídeos e a criação do canal na plataforma. 

Ao se envolver pessoalmente na produção de vídeos e na gestão do canal, o bibliotecário ou gestor pode estabelecer uma conexão direta com os usuários da biblioteca. Isso cria um senso de proximidade e confiança, pois os usuários veem um rosto e uma voz familiar associados à biblioteca.

Ao ser o rosto e a voz do canal, o bibliotecário ou gestor pode transmitir a personalidade e os valores da biblioteca de maneira autêntica. Isso ajuda a construir uma imagem positiva e confiável da biblioteca perante os usuários e a comunidade.

Quando o bibliotecário ou gestor é responsável pela produção dos vídeos e pela gestão do canal, há mais flexibilidade e agilidade na criação e publicação do conteúdo. Não é necessário esperar por terceiros ou por processos burocráticos, o que permite uma resposta mais rápida às demandas e às oportunidades que surgem.

Não menos importante, há de se considerar que ao assumir a produção dos vídeos internamente, a biblioteca pode economizar recursos financeiros que seriam necessários para contratar serviços externos. Isso é especialmente benéfico para bibliotecas com orçamentos limitados, permitindo que esses recursos sejam alocados para outras áreas prioritárias.

E mesmo em havendo recursos para a terceirização da produção e edição dos vídeos, há de se considerar que o bibliotecário ou gestor possui um conhecimento aprofundado do acervo e dos serviços oferecidos pela biblioteca. Isso permite que eles criem vídeos informativos e relevantes, destacando recursos específicos, recomendações de livros ou tutoriais que atendam às necessidades dos usuários.

Profissionalmente, por seu turno, ao envolver-se diretamente com a produção de vídeos e a gestão do canal, o bibliotecário ou gestor pode aprender e aprimorar habilidades relacionadas à produção de conteúdo audiovisual, edição de vídeo, marketing digital, entre outras. Isso expande sua base de conhecimento e habilidades profissionais.

Adicionalmente, ao assumir um papel ativo na criação do canal do YouTube, o bibliotecário ou gestor estabelece um relacionamento mais próximo com a comunidade. Isso pode resultar em um aumento do engajamento, interações mais significativas com os usuários e um senso de comunidade mais forte em torno da biblioteca.


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