Friedrich Hayek: intelectual do neoliberalismo |
Escrito por
Friedrich Hayek em 1944, o livro O
caminho para a servidão é considerado o texto origem do Neoliberalismo. Nele,
Hayek critica com veemência qualquer limitação imposta pelo Estado, o que
afetaria as liberdades econômica e política.
Tais ideias
– a princípio consideradas de extrema direita – passaram a chamar atenção após
a bancarrota do modelo capitalista pós-Segunda Guerra. A primeira nação
capitalista avançada a adotar a teoria e levá-la à prática foi a Inglaterra,
então sob a gestão da “dama de ferro” Margaret Thatcher. Considerada o exemplo
mais literal da ideologia neoliberal, a Inglaterra elevou as taxas de juros,
baixou impostos sobre altos rendimentos, criou níveis de desempregos expressivos,
enfraquecendo sindicados – com a adoção de nova legislação, inclusive – e
cortou gastos sociais. Mais adiante, o governo inglês tratou de iniciar as
privatizações.
Fernando Collor, o pioneiro do neoliberalismo brasileiro |
Nos Estados
Unidos, o então Presidente Ronald Reagan distorceu a teoria neoliberal no
momento em que optou por atropelar a contenção orçamentária em favor da
descomedida corrida armamentista contra a União Soviética, durante a Guerra
Fria. No demais, seguiu as orientações, reduzindo impostos dos rendimentos mais
altos e elevando taxas de juros.
A superavitária Vale do Rio Doce: privatização polêmica |
Em terras
brasileiras, o neoliberalismo acompanhou as propostas “modernizantes” do
candidato, eleito presidente, Fernando Collor de Mello. Collor obteve o apoio
dos setores mais ricos do país, os quais receavam Luis Inácio Lula da Silva,
também candidato. Bravatas de Collor insinuavam que, se eleito, Lula confiscaria
a poupança dos brasileiros. O jovem neoliberal venceu o pleito e executou o confiscou
dos depósitos bancários. Collor também encetou privatizações.
Da mesma
forma como surgiu no cenário nacional, surpreendentemente, o primeiro
presidente eleito por voto direto depois do golpe de 1964 foi envolvido em um
turbilhão de denúncias, o que pavimentou a sua queda. No final de 1992, assumiu
o vice, Itamar Franco, que em seu curto mandato, moderou o tom neoliberal
visado por Collor.
A grande
guinada neoliberal na condução da economia ainda estava por vir. E seu
personagem central projetou-se dentro do governo Itamar. Tratava-se do
sociólogo e Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso. Após a criação da Unidade
Real de Valor (URV) em 1993, é lançado o Real.
A inflação sob controle e a euforia da equivalência de valor da moeda
brasileira ao Dólar, conduziram FHC a uma eleição sossegada.
Reeleito em
1998, FHC foi considerado por muitos a personalização do neoliberalismo no
Brasil. As privatizações voltaram, mesmo sob a acusação de suas concretizações
a baixos preços e de financiamento dos compradores pelo próprio governo. Apesar
dos fragorosos protestos da oposição, genericamente a opinião pública não se manifestou
com vigor. Nem mesmo a estatal superavitária Vale
do Rio Doce escapou de ir a leilão e acabou privatizada.
O fato é
que, comparada com a Inglaterra, a estratégia de desmonte do Estado, engendrada
no governo Fernando Henrique, apresentou resultados peculiares. Enquanto na ilha
da pioneira Margaret Thatcher as privatizações visavam pulverizar as ações das
empresas entre os cidadãos, em terras tupiniquins apenas poucos grupos
empresariais foram beneficiados.
O balanço das
ações inspiradas pela doutrina neoliberal no Brasil foi sempre motivo de
polêmica. Apesar da estabilização, verificou-se a estagnação econômica,
permeada por recessão e o desemprego. A desigualdade social também se fez
marcante. A Enciclopédia do Mundo
Contemporâneo, editada pela Terceiro
Milênio e Folha de São Paulo, faz
saber que “segundo estatísticas divulgadas em agosto [1995], 10 % da população
brasileira concentram 48 % da renda
nacional”, e “segundo o Banco Mundial , em 1997, 0, 83% dos
proprietários detinham 43 % das terras cultiváveis”.
Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático | Pablo Gentili & Emir Sader (Organizadores). Editora Paz e Terra.
O caminho para a servidão | Friedrich Hayek. Editora Edições 70.
A era dos extremos: o breve século XX - 1914 - 1991 | Eric Hobsbawm. Editora Companhia das Letras.
Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático | Pablo Gentili & Emir Sader (Organizadores). Editora Paz e Terra.
O caminho para a servidão | Friedrich Hayek. Editora Edições 70.
A era dos extremos: o breve século XX - 1914 - 1991 | Eric Hobsbawm. Editora Companhia das Letras.
Neoliberalismo: Origens | História por Voltaire Schilling - Portal Terra
Toda e qualquer doutrina deve ser entendida como resultado de uma oposição. Ela estrutura-se para combater algum princípio que lhe desagrada ao mesmo tempo em que procura oferecer-lhe uma alternativa. Com o neoliberalismo não foi diferente. Suas raízes teóricas mais remotas encontram-se na chamada escola austríaca - reconhecida por sua ortodoxia no campo do pensamento econômico - Clique no link para continuar a leitura.
Neoliberalismo:alguns princípios básicos | História por Voltaire Schilling - Portal Terra
Na teologia neoliberal os homens não nascem iguais, nem tendem à igualdade. Logo qualquer tentativa de suprimir com a desigualdade é um ataque irracional à própria natureza das coisas. Clique no link para continuar a leitura.
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