Planejando uma página institucional na Internet

Hipólito Gouveia

O ato de planejar é uma das ações-chave executadas pelos profissionais de relações públicas. O planejamento coopera para a maximização de tempo e dinheiro, além de contribuir com a focalização na conquista dos objetivos.

Com um site na Internet não é diferente. A importância do planejamento dá-se desde o princípio, quando uma instituição atenta para a criação de um website institucional.

Logo a princípio é de bom alvitre a enumeração dos objetivos a serem atingidos com o endereço no ciberespaço, a curto, médio e longo prazo (PINHO, 2003, p. 92). Um desígnio bem definido precisa ser destacado. Ou seja, é pertinente incluir no projeto quais os serviços que a página se proporá a oferecer aos internautas. Tais providências preventivas ajudaram a instituição a compor um conteúdo mais eficiente e compatível com seus propósitos. Sem um objetivo definido o site corre o risco de exibir conteúdos impertinentes aos planos da empresa.

Alessandro Barbosa Lima (2003, p.3) vai além ao defender a necessidade de se apontar, inclusive, o público-alvo do site, de modo que, com a sua identificação, o empreendedor possa desenvolver um sistema de navegação adaptado aos seus visitantes.

Também faz parte do processo de planejamento a escolha de um domínio para a page da organização. Domínio nada mais é que o endereço virtual da instituição. É por meio deste endereço que o internauta acessa a página da instituição no ciberespaço, através da barra de endereço do browser. Geralmente o domínio traz em seu bojo o nome da instituição dona do site. Todavia, há casos de instituições que registram como domínio o seu slogan (LIMA, 2003, p. 9). Vale salientar que, quanto maior o domínio, mais difícil será a sua memorização. Por esse motivo, a utilização de slogans como domínio só deve ser cogitado se a frase for curta.

Um mapa do site, ou ao menos um esboço, deve estar inserido no processo de planejamento. Aqui, projetamos as páginas que estarão contidas no site, e seus respectivos hiperlinks.  “O mapa nada mais é do que um guia de seções e subseções com até três níveis (não coloque mais do que isso), que irá orientar a navegação do internauta” (LIMA, 2003, p. 5).

Ao acessar a home, para obter a informação que deseja, o internauta deverá navegar entre as páginas existentes, sempre utilizando o recurso do hiperlink. É este recurso que irá conduzi-lo pelo site. Um mapa de navegação disponível na home-page serve para orientar o visitante, sobretudo aqueles mais apressados.

A importância de se projetar um mapa de navegação no ato do planejamento de um site reside na possibilidade de se estudar a melhor forma de dispor as informações ao internauta, sem que ele precise despender um tempo excessivo ou passar por várias páginas, clicando em hiperlinks listados em barras de opções (menus). Quanto menos páginas (ou níveis) o internauta for obrigado a passar para chegar à informação que ele deseja, melhor.

Na Internet, a objetividade e a velocidade são primordiais. Como visto na citação de Lima, o recomendável é que, no máximo, apenas três níveis (ou páginas) separem a home de uma informação que pode ser solicitada pelo internauta.

Por fim – antes de seu lançamento – em caráter revisional, a navegação deve ser testada, visando conferir a acessibilidade à suas informações.

É preciso estar atento às demandas dos internautas, para facilitar o acesso aos conteúdos costumeiramente mais solicitados, privilegiando-as na home em detrimento de outras opções presentes no menu principal. O mesmo ocorre com a disposição dos hiperlinks. Suas localizações devem ser baseadas na pertinência perante o público-alvo do site. Assim, as opções mais solicitadas pelos visitantes devem receber um tratamento especial na home, que facilite a condução do internauta até ela. Por meio da projeção de um mapa de navegação, esse procedimento, seguramente, será facilitado.
 
É apropriado salientar que o planejamento de um site deve estar presente em todos os momentos. Desde a elaboração de um projeto, passando pela confecção das páginas virtuais, até o lançamento. Mesmo após a sua consolidação o conteúdo deve ser repensado freqüentemente e as atualizações são imprescindíveis. O dinamismo da Internet e a exigência do internauta fazem com que a página virtual nunca esteja realmente pronta, pois sucessivas versões mais atualizadas e eficientes devem ser preparadas e lançadas. 

É o que Alessandro Barbosa Lima chama de “modelo da espiral”, “Ao iniciar o seu site você tem uma data para finalizar a primeira versão, sabendo que quando você terminá-la vai ter que iniciar novamente a espiral rumo à segunda versão, e assim sucessivamente.” (2003, p. 19).

Para colocar as atualizações ar, é importante planejar-se para não afetar a audiência das 21 às 24 horas, quando ocorre o maior número de acessos à rede mundial. O ideal é realizar as modificações antes das 18 horas (LIMA, 2003, p. 118).

A página na Internet permite divulgar informações institucionais com velocidade e sem a necessidade de atravessadores. Portanto, é um instrumento de relações públicas de grande valia. Contudo, justamente por ser mais um dos instrumentos de divulgação institucional existente, o website da organização deve manter-se em sintonia com os demais recursos de marketing (PINHO, 2003, p. 100), visando uma unidade visual que contribuirá na formação de uma imagem institucional.

Assim, o ideal é que o website reforce os esforços realizados em campanhas externas (fora da Internet), ou que dê sequência a tais empreitadas, exibindo mais informações e imagens relativas à campanha que está sendo exibida na mídia.





E life: ideias vencedoras para marketing e promoção na web | Alessandro Barbosa LIMA. Editora Alta Books.




Relações públicas na Internet: técnicas e estratégias para informar e influenciar públicos de interesse | J. B. PINHO. Editora Summus.




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