Sistema Informal de comunicação organizacional

Hipólito Gouveia

Corredores das empresas, propícios para a comunicação informal

Imagine uma organização que pouco se preocupa em passar informações para os seus colaboradores. Não existem, nela, canais de comunicação formais, oriundos da própria estrutura organizacional. Em um momento de recessão econômica, ou de um simples abalo no segmento de mercado no qual a empresa atua, surge um rumor de crise dentro da empresa. Na falta de todo e qualquer comunicado oficial, formal, o rumor ganha corpo de boca em boca, nos corredores da empresa. Um funcionário comenta com outro a suposta crise.

Como diz o ditado popular, “quem conta um conto, aumento um ponto”. Este adágio pode valer para os corredores da organização. De “crise”, o assunto passa a “ameaça de demissão”. Logo, boa parte dos funcionários já está ansiosa e insegura, sem que a organização tenha, sequer, se manifestado.

Este é um exemplo da rede informal de comunicação dentro de uma organização.

Dentro das organizações existem, basicamente, dois grandes sistemas de comunicação. O sistema formal e o sistema informal. Um não é mais importante que o outro. Na verdade, ambos são relevantes e complementares.

Evidentemente, nem todos os exemplos de comunicação informal são tão dramáticos ou negativos. A rede informal é, na realidade, inevitável e tão importante quanto à rede formal. Por mais que uma organização se esforce para dotar os seus funcionários de informação, disponibilizando canais formais de comunicação, em pouco tempo a rede informal se fará pujante, suplementando a sistema formal.

A rede informal não é requerida ou contratada pela organização. Não possui sua origem na estrutura organizacional e, portanto, não é oficial. Está presente nas conversas do dia a dia, puxadas por um funcionário com o seu colega de setor, nas demonstrações de apreço, nas mais diversas manifestações dos colaboradores, sem que organização exerça qualquer controle. Pode estar na comunicação operada pelos líderes informais (o funcionário o qual, sem designação formal por parte da empresa, é reconhecido, ainda que tacitamente, como o mais carismático, o mais comunicativo, o mais respeitado).

Com a internet, as redes informais foram alçadas a outra proporção, pois ganharam uma nova ferramenta para se difundirem: o email e as redes sociais, por exemplo. Por meio da internet, o que seria uma simples conversa de corredor, ganha contornos de “viral” e se tornar o assunto do momento dentro da organização.

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Comunicação nas organizações: empresas privadas, instituições e setor público | Gaudêncio Torquato. Editora Summus. 

Relações Públicas: história, teorias e estratégias nas organizações contemporâneas | Margarida Kunsch (organizadora). Editora Saraiva.