Teoria da dissonância cognitiva



Aloísio Gueiros

Imagine a seguinte situação hipotética: um cidadão A se considera honesto e sincero. Tem essa convicção sobre esses possíveis atributos pessoais. Todavia, em meio às relações cotidianas, A mente para B. 

Note que, na situação descrita acima, ocorreu uma incoerência. Tal incoerência – não raro – pode causar um desconforto psicológico em A, na medida em que este se depara com uma dissonância entre o seu discurso e a sua atitude. 

É aqui que entra a chamada dissonância cognitiva, formulado por Festinger. O exemplo discorrido acima, aliás, foi fornecido pelo próprio Festinger e Carlsmith, em 1959, para ilustrar a sua teoria.

Léon Festinger
Segundo a teoria da dissonância cognitiva, para evitar os constrangimentos inerentes a possível existência de incoerências em sua estrutura de pensamento, as pessoas engendram uma série de mecanismos interiores com o objetivo de recobrar a coerência quebrada pela dissonância. 

Voltando para a história do cidadão A – que se considera sincero e honesto – diante da dissonância provocada pela mentira proferida a B, A – com vistas a reduzir a dissonância e o consequente desconforto – poderá raciocinar como “tive que mentir para não machucar B; Foi uma mentira inofensiva...”.

Nos meios de comunicação social, na instrumentalização da comunicação organizacional e na publicidade e propaganda, a teoria da dissonância cognitiva não tem sido desprezada. A informação consonante (ou seja, favorável) na mídia – a denominada supportive information – é preferível, justamente para se evitar a dissonância na recepção.

Especialmente na comunicação organizacional, é fundamental conhecer o público e suas opiniões – motivo pelo qual é imperativa a pesquisa de opinião –, a fim de se evitar a dissonância cognitiva, com vistas a uma maior efetividade dos programas de comunicação levados a cabo.

  
 




Teorias da comunicação: ideias, conceitos e métodos | Luís Mauro Sá Martino. Editora Vozes.
 


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