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É natural que, diante de uma ideia aparentemente interessante, o empreendedor continue desconfiado. O motivo da desconfiança reside em torno da viabilidade da empreitada. Será que a ideia é realmente boa? Será que haverá demanda para a vazão dos produtos que se pretende lançar? Será que se conseguirá chamar a atenção dos prospects? São muitas as perguntas. Um bom planejamento contribuirá com o sucesso do negócio, debelando boa parte dos questionamentos e corrigindo desde já algumas das problemáticas que geram a desconfiança.
Anderson Costa
A venda e o público
“Se um negócio vendesse apenas o que o povo quer comprar, a McDonald’s venderia feijoada no Brasil... Mas não é assim que funciona”. Faz sentido. A rede de fast-food americana vende uma espécie de lanche, o hambúrguer, que definitivamente não faz parte (ou não fazia...) do cardápio tradicional brasileiro. Entretanto, vende-o, e muito bem, diga-se de passagem.
O dito citado acima possui ainda uma extensão: “não se vende o que o povo gosta. Faz-se o povo gostar do que se vende”. Forte não? Chega ser chocante, porém, verdadeiro. São vários os exemplos de produtos que, embora com pouco potencial, ao menos aparentemente, arrebataram multidões de clientes fiéis. Tal fenômeno é observado principalmente em mercadorias destinadas ao público jovem.
No escopo do planejamento, a possibilidade de influenciar públicos para fazer com que estes experimentem o novo produto deve ser levada em consideração. Tal empreitada pode ser facilitada se o empreendedor contar com o necessário suporte de uma assessoria de comunicação. Não há meio mais eficiente de se influenciar pessoas que não por meio da boa e velha imprensa.
Potencial de relações públicas
Todavia, durante o planejamento, o empreendedor também deve ficar atento ao potencial de relações públicas que a sua ideia possui. É preciso que o negócio traga consigo algum trejeito de novidade, característica essa que irá facilitar o contato da assessoria com os jornalistas nas redações dos veículos de comunicação. Caso a nova empreitada não carregue algum potencial de publicidade junto à mídia, o melhor a se fazer é reavaliar a ideia.
Por “trejeito de novidade” entenda: algo que diferencie o novo produto dos já existentes. Um novo apelo. Não é preciso criar algo fundamentalmente original e patenteá-lo para conseguir obter a atenção dos jornalistas. Em muitos casos, basta apenas uma repaginação de uma ideia já existente e aparentemente saturada.
O caso do Google
Quando o gigante dos mecanismos de busca – Google – entrou no ar, já existiam diversas opções de buscadores na rede mundial. Muitas delas ocupando o primeiro lugar de forma absoluta. No Brasil, o site Cadê? foi por alguns anos referência incontestável quando o assunto era portal de busca. Entretanto, a princípio, bastou uma renovação no layout do formato “site de busca” para que o Google chamasse a atenção, diferenciando-se dos demais. Trata-se de um buscador que oferece em sua home uma simples lacuna para a definição do que de procura, ladeada por um botão onde se lê “Pesquisa Google”. Prosaico. Porém, eficiente. A fama do Google foi construída e avançou de forma arrebatadora por todo o planeta, praticamente sem ônus com propaganda. Desde a transição para o século XXI, o Google é seguramente uma das organizações mais citadas pela imprensa em todo o mundo.
Caso a repaginação não seja possível, um estreitamento no foco pode ser o suficiente. Uma nova livraria em uma cidade como São Paulo, Belo Horizonte ou Porto Alegre, por exemplo, embora bem-vinda, dificilmente chamará a atenção dos veículos de comunicação. Já uma livraria especializada em determinado segmento de livros (alto-ajuda, biografia, automobilismo etc.), de preferência inédito, tornar-se-á uma pauta sedutora para algumas citações em jornais, revistas e programas de rádio e televisão. Assim, fatalmente chegarão ao conhecimento dos prospects, que se encarregarão de repassar a informação por meio do poderoso boca-a-boca. O empreendedor deve buscar atender ao segmento cuja exploração ainda é inexistente em sua região.
Mídia
Hoje é muito difícil lançar uma nova marca ou produto sem o
apoio da cobertura da mídia. Propagandas pagas jamais substituirão citações nos
jornais e demais veículos de comunicação no tocante à credibilidade. Diante
desta constatação, notamos que a pergunta mais importante a ser feita diante de
uma nova ideia é: a nova empreitada possui algum potencial publicitário diante
da mídia? Se sim, o empreendedor começou com o pé direito.
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