Objetividade jornalística

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A objetividade é um valor do jornalismo o qual se refere à representação da realidade tal como ela é. Reporta-se, portanto, ao rigor, a clareza, a exatidão e a neutralidade – este último, o ponto mais polêmico.

Sérgio Vaz

A polêmica reside sobretudo no mito da imparcialidade. O pesquisador do jornalismo Felipe Pena refere-se à objetividade com uma ideia relacionada à criação de um método que assegure rigor ao reportar os fatos.

Antes de Pena, outros autores importantes em todo o mundo referiram-se a métodos para a prática estratégica do jornalismo, a serem incorporadas à rotina profissional dos jornalistas, tais como: citar fontes contraditórias, usar citações (aspas) e valer-se da fórmula do lead - a qual ajudaria os jornalistas, especialmente aqueles generalistas. Também se propugna a ausência de emoções e o suposto uso de palavras neutras ao descrever contextos.

Segundo consta, o conceito de objetividade jornalística data das primeiras décadas do século XX. Embora muitos jornalistas e leitores compartilhem do mito de que é possível desvincular a notícia da subjetividade, a informação da opinião, tal dicotomia não procede.

A começar pelo fato de que, na seleção do que será narrado, já há um fator de subjetividade. É impossível contar tudo, até pela falta de espaço nos jornais. Há, ainda, na seleção do que será reportado, a influência da busca pelo sensacional e espetacular, o que – espera-se – agradará a audiência.

Há outros fatores que labutam em favor da subjetividade, ainda que se negue esse componente na produção do noticiário. São eles: a perspectiva de quem relata o fato, os valores e interesses da organização jornalística, as condições impostas à produção do noticiário, tais como os recursos e o tempo disponível para a cobertura do fato, a visão cultural de quem relata o fato (o jornalista), dentre outros.

Diante do exposto, é razoável assumir que objetividade não é sinônimo de imparcialidade, mas sim, uma referência a ser perseguida, a despeito de sua intangibilidade.