Após a Revolução Russa, várias décadas se passaram até que o regime soviético começasse a ruir. Não demorou muito e o poderoso bloco liderado pela União Soviética saiu de cena, sepultando os longos e tensos anos de guerra fria. Também não demorou muito e os territórios que se orgulhavam da revolução de 1917 e do comunismo logo se converteram em países capitalistas. Como se explica a voraz velocidade da restauração do capitalismo na Rússia e no Leste Europeu?
Mário Golshimitd
Dentre as hipóteses, uma polêmica e respeitada teoria é apresentada por István Mészáros, um dos mais importantes nomes do pensamento crítico do mundo contemporâneo.
Ex-operário na Hungria, ex-aluno e colaborador de G. Lukács (1885 – 1971), e professor universitário aclamado em diversos países, Mészáros defende em sua obra de fôlego, Para além do capital, que o capital é anterior ao capitalismo, sendo que este último representa apenas uma das formas de desenvolvimento do primeiro. Sem a eliminação do capital, e dos outros dois elementos que compõem o núcleo do “metabolismo social”: o trabalho assalariado e o Estado, não há como superar – segundo o autor – o capitalismo.
Tal teoria encontra guarida no exemplo da derrocada dos países que viveram a experiência do “socialismo real”, no Leste Europeu e na União Soviética. Esse é apenas um dos pontos abordados na obra. Todavia, para os interessados, é bom saber: a leitura não é fácil.
Leitura recomendada: Para além do capital, de István Mészáros.
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