A saturação dos panfletos e malas-diretas massificados



Anderson Costa
Conheci de perto um case envolvendo um agente imobiliário que resolveu empreender. Montou a sua própria imobiliária. Infelizmente o profissional cometeu sucessivos erros, da escolha do nome do negócio à estratégia de divulgação de seus imóveis.



Seu plano de divulgação era bem simples. Confeccionava um panfleto em papel A4, em grande escala, e depois distribuía tal material. A distribuição não seguia estratégia alguma. Era efetuada em frente à imobiliária, no centro da cidade.

Ao observar que não estava angariando resultado algum, o agente mudou o plano. Por meio de exemplares do Diário Oficial, o empreendedor obtinha endereços residenciais de servidores abastados e enviava-lhes o panfleto pelo correio. Julgava comunicar-se com os seus prospects pelo fato destes possuírem dinheiro.


Não é necessário dizer que a eficiência de sua campanha continuou baixa. Boa parte dos panfletos que enviava era descartada e não gerava retorno. Nem mesmo uma simples ligação de pedido de informações.



Esse episódio envolvendo um agente imobiliário empreendedor certamente não é o único. É comum sermos alvejados por panfletos de toda a sorte em todo lugar – de agentes de empréstimo a mães de santo. Boa parte da montanha de propagandas impressas não será sequer lida pelos destinatários.



Mesmo nos casos em que o receptor está, de fato, à procura de um imóvel, um panfleto massificado também possui grandes chances de ser descartado sem cumprir o seu papel. Não adianta oferecer opções residenciais na orla marítima para um prospect que odeia praia.



Desprezados, muitas vezes o destino dos folhetos é a rua
Na Internet, em função da grande quantidade de informações e da possibilidade de interação latente, os internautas são ainda mais avessos à massificação das mensagens. Aqui, o envio de conteúdos massificados por e-mail, por exemplo, consegue ser mais nocivo que o envio de malas diretas por correspondência no mundo off-line. As mensagens de e-mail ou em redes sociais postadas sem autorização, versando sobre temas comerciais ou não, configuram o famigerado spam, dono de uma das piores reputações do mundo virtual.



O fato é que a mensagem publicitária massificada está cada vez mais saturada e menos eficiente. O ideal é que a oferta seja baseada nos interesses do destinatário, sempre prezando pela personalização. Ao cliente que gosta de praia, ofertas de imóveis à beira mar. Ao que prefere o campo, ofertas de chácaras e sítios.




Comunicação dirigida na empresa: teoria e prática | Cleusa Cesca. Editora Summus.

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