Gênero opinativo no jornalismo

A charge pode ser classificada como jornalismo opinativo


Sérgio Vaz
A tradicional divisão entre opinião e informação, no jornalismo, não é imune a polêmica, pois ela supõe a possibilidade um texto totalmente imparcial quando, na realidade, a opinião estaria, em certo sentido, em todo e qualquer texto, ainda que travestida pelo mito da objetividade jornalística. Em todo caso, os estudiosos da comunicação, nas sistematizações dos gêneros jornalísticos, contemplam o gênero opinativo, separando-o dos demais formatos, inclusive do gênero informativo, o que supõe, mais sobre o prisma teórico do que concreto, a possibilidade de se separar a opinião da informação.

Em José Marques de Melo, autor da classificação de gêneros mais popular na academia brasileira, o gênero opinativo abrange: o editorial, o comentário, o artigo, a resenha, a coluna, a caricatura, a carta e a crônica.

Jornalismo opinativo (José Marques de Melo)
Editorial
Traz a opinião oficial da própria empresa jornalística sobre fatos relevantes da atualidade. É escrito por um editorialista, o qual não assina o texto. Este profissional está integrado à linha editorial da empresa jornalística e, por meio de suas interpretações, contempla interesses políticos e corporativos do veículo de comunicação. Tem cadeira cativa na mídia impressa. No rádio e, principalmente, na TV, por outro lado, aparece somente em momentos específicos. Geralmente a edição dos editoriais é pouco atraente: não possui subtítulos, raramente é acompanhado por ilustração e encontra-se isolado, distante inclusive das matérias que eventualmente abordem o mesmo assunto tratado no editorial.
Comentário
Espaço onde se encontra a opinião do jornalista. Teoricamente, não está vinculado necessariamente a linha editorial da empresa jornalística. A opinião do autor nem sempre é explícita, mas se faz notar pela linha de raciocínio que conduz a argumentação. Acompanha a síntese do fato e raramente é conclusivo
Resenha
Espaço onde se encontra a opinião do jornalista. Apresenta uma apreciação de obras culturais aos leitores, os quais se valem da resenha para se orientarem no consumo dos diversos produtos culturais disponíveis.
Coluna
Espaço onde se encontra a opinião do jornalista, o qual a confere personalidade. Costuma ser iniciada por um título ou cabeçalho fixo, que a identifica. Também costuma ser fixo o espaço do jornal onde ela pode ser encontrada. É composta, em regra, por relatos e comentários breves, permeados por juízos de valor.
Caricatura
Espaço onde se encontra a opinião do jornalista. Retrato humano estilizado, de modo a simplificar ou ressaltar características do retratado, com humor e/ou ironia.
Artigo
Apresenta a opinião de colaboradores e, ainda, eventualmente, dos jornalistas. Desenvolve idéia e opinião, fundamentando-as. Diferentemente do editorial, não apresenta, necessariamente, a opinião da empresa jornalística que o publicou. Mais ou menos extenso, no Brasil costuma estar restrita à página de opinião dos jornais.
Carta
Espaço destinado à opinião dos leitores.
Crônica
Ponte entre a literatura e o jornalismo. Atenta ao cotidiano, costuma trazer crítica social. É temperada por sensibilidade, ironia, humor, tom leve e por uma dose significativa da personalidade do autor.

José Marques de Melo
Quanto às caricaturas, para José Marques de Melo, podem ser classificada em comics, charge e cartoon. Em comum, como já se viu, está a presença do humor e/ou da ironia, por meio de representação estilizada. 

A charge aborda temas atuais e específicos, já conhecidos do público, como, por exemplo, um escândalo de corrupção ou alguma polêmica envolvendo figuras públicas. 

O cartoon, por sua vez, apesar de estar, em certo sentido, vinculado ao contexto, em geral, não traz personagens reais e, ainda, não aborda eventos reais específicos. Já os comics, são as histórias em quadrinhos.

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Indicações bibliográficas sobre o assunto:

Jornalismo brasileiro | José Marques de Melo. Editora Sulina.

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