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É comum apontar as organizações como entidades sociais planejadas conscientemente e constituídas com vistas a atingir objetivos comuns aos seus membros. De fato, sem o comprometimento de todos os envolvidos em uma organização, incluindo aqui gerentes, proprietários, operários e terceirizados, fica difícil alcançar metas que, em tese, deveriam ser objetivos “comuns”.
Eloy Zaidan
Evidentemente, não se pode esperar de um funcionário a mesma motivação com os negócios da organização demonstrados pelos seus donos. Nem sempre os bônus são devidamente compartilhados com todos. Pior; nem sempre são oferecidas condições inerentes a obtenção de uma maior confiança entre os operários e organizações.
Assim, não é incomum observar massas de trabalhadores que, embora estejam vinculados a uma determinada organização, tenham como verdadeiro objetivo cair fora dessa mesma organização. Ou seja, o conceito corrente de organização como aglomerado humano com objetivos comuns, em muitos casos, não passa de “letra morta”.
Um dos instrumentos utilizados para minimizar essa dissonância entre os objetivos institucionais – oficiais – da organização, e aqueles verdadeiramente almejados pelos colaboradores e parceiros (que, em muitos casos, pode ser até mesmo uma vaga na empresa concorrente, por imaginar melhores condições de trabalho), é a comunicação interna. Ela pode contribuir decisivamente no estabelecimento de confiança mútua, minimizando temores e boatos nocivos a unidade desejada dos objetivos dos envolvidos.
Correndo paralelamente à circulação administrativa – e não se confundindo com esta – a comunicação interna é um setor planejado que objetiva viabilizar a interação entre a organização e seus empregados.
A comunicação interna – entretanto – não deve “criar realidades”, mentir. É importante que os jornais empresariais – house organs – sejam instrumentos consonantes com a política da organização. Ou seja, não adianta criar veículos que vendam os objetivos da organização ou realidades internas ilusórias se, na prática, o pessoal da organização não é respeitado.
Genericamente, o house organ e todo o aparato de comunicação interna devem propiciar informações pertinentes e estímulo ao diálogo. Hoje, mais do que nunca, pode-se dizer que a função da comunicação interna vai muito além de representar um contraponto à comunicação sindical – potencialmente ágil (mas cheias de problemas técnicos, a bem da verdade).
É inquestionável a importância do público interno como público multiplicador. As publicações e comunicação interna não devem ser protagonistas de um monólogo. Devem, antes, possibilitar o diálogo e a cocriação. E, para despertar interesse, precisam ser relevantes para seus leitores, e não apenas para o emissor.
Dentre os demais objetivos da comunicação interna, devem ser considerados: o de estabelecer confiança e contribuir para um clima propugnador dos objetivos organizacionais.
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