Resenha: Formação do Brasil contemporâneo, de Caio Prado Júnior.

Autor de livros importantes como História econômica do Brasil e História e desenvolvimento o intelectual paulista Caio Prado Júnior (1907 – 1990) notabilizou-se com a obra A revolução brasileira, agraciada com o prêmio Juca Pato (na época, tão prestigiado quanto o atual prêmio Jabuti). Entretanto, foi com a originalidade de Formação do Brasil contemporâneo, publicado em 1942, que Prado Júnior converteu-se em referência.

Mário Golshimitd

O aspecto vanguardista de sua obra-prima reside na labuta para explicar o Brasil de seu tempo, inserido como elemento subalterno na economia capitalista mundial. Para tal, o autor voltou-se para o passado, mais precisamente para o Brasil colônia, onde pôde deparar-se com as origens da tríade básica do sistema colonial: a monocultura, o latifúndio e a escravidão.

Sua estratégia de abordagem foi bem-sucedida e acabou colocando o autor e seu escrito no Hall dos ícones do pensamento social brasileiro, ao lado de Gilberto Freyre, com o seu polêmico e belo Casa-grande e senzala, e Sérgio Buarque de Holanda, com o sintético e denso Raízes do Brasil.

Em Formação do Brasil contemporâneo, Caio Prado argumenta que o século XIX foi decisivo não apenas pela transferência da corte de Dom João VI para o Rio de Janeiro, mas também porque a data marcou o esgotamento do regime colonial no Brasil, iniciando um processo de renovação longo e, ao que tudo indica, sem pressa.

É justamente a respeito dessa renovação, e de seu ponto de partida, que Formação do Brasil contemporâneo  procura aprofundar-se. Não obstante aponte as transformações sociais, o pensador da história brasileira – influenciado pelo materialismo e pela dialética de Marx – reconhece anacronismos que insistiam e ainda insistem em vagar pela economia e pela sociedade brasileira.

Leitura recomendada: Formação do Brasil contemporâneo, de Caio Prado Júnior.

 

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