Depois do surgimento
de uma vaga de trabalho em uma organização, e após o comparecimento dos
candidatos interessados em ocupar o cargo, tem-se início o processo de seleção,
o qual diz respeito à escolha daquela pessoa exata que preencherá efetivamente
à vaga. Trata-se de um processo que, portanto, vem depois do recrutamento.
As técnicas de
seleção mais comuns são:
Entrevista: bastante difundida e barata. Possui, no entanto, um
inconveniente sério. Trata-se de uma técnica imprecisa e subjetiva, na medida
em que o processo pode acabar viciado, ainda que inconscientemente, pelas
preferências pessoais e pelos preconceitos arraigados do entrevistador. Não é
tão difícil encontrar alguém – desclassificado em um processo de seleção – que
desconfie amargamente: “o entrevistador não foi coma minha cara”.
Provas de conhecimentos ou de capacidade: Outra técnica muito
comum. Quem foi ou é estudante a conhece bem, pois certamente já fez provas.
Ela tem o objetivo de medir os conhecimentos ou capacidades e habilidades
atuais dos candidatos, em assuntos referentes às exigências do cargo. Por
exemplo, se a seleção é relativa à vaga de professor de geografia, a prova de
conhecimentos deverá medir qual dentre os candidatos possui maior conhecimento
atual sobre geografia.
Neste caso, a prova
pode ser:
I. Tradicional /
dissertativa – aberta, para que o candidato escreva suas considerações e
respostas; ou
II. Objetivas – mais
fáceis de corrigir. Inclusive, em tese, menos sujeitas a subjetividades do
corretor, porém mais limitadas, uma vez que oferecem alternativas prévias,
dentre as quais deve ser escolhida uma única correta como resposta.
Se o processo visa
selecionar um bancário, por exemplo, uma prova de capacidade e habilidade pode
ser exigida, com vistas a selecionar aquele cuja capacidade / habilidade para
digitar em um teclado de computador seja maior.
Testes psicométricos: Os testes psicométricos não se confundem com
as provas de conhecimento e habilidades, as quais objetivam medir aspectos
atuais dos conhecimentos e habilidades das pessoas. O foco dos testes
psicométricos, por seu turno, é o potencial das pessoas, o qual pode ser
desenvolvido. O teste psicométrico, portanto, está mais relacionado à avaliação
das aptidões, as quais nada mais são do que traços de nascença, hereditários,
que revelam predisposições e potenciais das pessoas. É comum ouvirmos que
“fulano de tal aprendeu rápido a falar inglês porque tem aptidão para línguas
estrangeiras”. Ou então que “Beltrano tem mais aptidão com números do que com
letras, por isso ele gosta mais de matemática”.
Em uma seleção,
portanto, tendem a ficar aqueles os quais, através do teste psicométrico,
revelaram ter aptidão em áreas correlatas àquelas exigidas pelo cargo vago.
Técnicas de simulação: Na técnica de simulação não basta o
candidato demonstrar o seu conhecimento para ocupar determinado cargo. Aqui,
ele precisa simular o papel de ocupante do cargo. Enquanto simula, um psicólogo
avalia o desempenho do candidato. A técnica de simulação é usada, em termos, na
maioria dos concursos públicos para professor. Nestas seleções públicas, os
candidatos devem passar por uma banca, onde precisam ministrar uma aula, como
se tivessem diante de uma turma. A aula é acompanhada por uma banca, composta
não apenas por técnicos na área do conhecimento do concurso, como, também, por
um pedagogo, os quais avaliam a didática do candidato. Aqui, a boa
representação do candidato enquanto professor é tão importante quanto o
conhecimento deste a respeito do tema da aula.
As diversas técnicas
de seleção apresentadas podem ser utilizadas em conjunto ou isoladamente. Em
regra, para o preenchimento dos cargos mais simples, as seleções adotadas
utilizam uma ou duas das técnicas apresentadas. Enquanto para o preenchimento
dos cargos mais complexos, pode-se lançar mão de quase todas as técnicas de
seleção mencionadas anteriormente.
Evidentemente que,
quanto mais complexa a seleção, com mais técnicas envolvidas, mais caro tende a
ser o processo para a organização. Principalmente quando se verifica uma grande
quantidade de candidatos. Não por acaso, muitas organizações se valem do princípio
da complexidade progressiva.
Por este princípio,
primeiro adota-se as técnicas de seleção mais simples e baratas. À medida que
as técnicas vão se sucedendo em fases, e o número de candidatos vai sendo
reduzido, entram em cena as técnicas de seleção mais complexas e caras. Com
menos pessoas em jogo nas fases subseqüentes, a organização tenderá a conseguir
alguma economia no processo, visto que a aplicação das técnicas mais complexas
se dará apenas para um número reduzido de candidatos.
Leia mais sobre recrutamento e seleção.
Atração e seleção de pessoas | Reinaldo Faissal; Antônio Passos; Márcia Mendonça & Walnice Almeida. Editora FGV.
Planejamento, recrutamento e seleção de pessoal: como agregar talentos à empresa | Idalberto Chiavenato. Editora Manole.
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