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Tiago Zaidan
Por público interno se entende, basicamente, os funcionários
de uma organização – mesmo os que não estejam fisicamente próximos da
instituição, como aqueles que trabalham em home-office, por exemplo – e os
familiares e dependentes destes.
A comunicação interna é uma das ferramentas estratégicas
basilares na pavimentação do relacionamento com o público interno. Nas palavras
de Margarida Kunsch, na obra Planejamento de Relações Públicas na comunicação
integrada (2002), trata-se de “(...) um setor planejado, com objetivos bem
definidos, para viabilizar toda a interação possível entre a organização e seus
empregados, usando ferramentas da comunicação institucional e até da
comunicação mercadológica (para o caso do endomarketing ou marketing interno)”.
Não se pode confundir comunicação interna com transmissão de
informações. Não basta apenas munir os colaboradores de informações. É preciso
cultivar o diálogo, a interação, o que é inerente a verdadeira comunicação. As
reivindicações precisam ser apreciadas e respondidas, mesmo que não possam ser
atendidas. Caso contrário, os canais de interação colaborador-organização
perdem a credibilidade e os colaboradores sentirão que suas opiniões não
possuem valor.
Também não basta disponibilizar canais de informação, por
mais variados que estes sejam, se as mensagens enviadas não são processadas ou
aceitas pelos destinatários. Por isso a importância de, na comunicação, se
respeitar as diferenças entre os distintos colaboradores.
Na obra Relações públicas – o guia completo (2009), Joe
Marconi frisa não poder se negar que, “(...) pela própria natureza dos cargos
dentro de uma organização (...), as pessoas tenham diferentes níveis de
escolaridade e formação e, assim, não recebam ou apreciem determinadas questões
corporativas do mesmo modo que outras o fazem”.
Dentro da estrutura de uma biblioteca, por exemplo, a
mensagem que falará ao bibliotecário, possivelmente não funcionará para o
auxiliar de limpeza. Ambos, no entanto, são importantes para a existência da organização,
e, por isso, precisam ser alvos da comunicação interna. Discriminação é não
estar atento a eventuais lacunas que ocorram na comunicação perante
determinados segmentos de públicos internos.
A criatividade, somada à diversidade de mídias existentes,
são contributos para se alcançar os diferentes receptores de forma eficiente.
Para discorrer sobre assuntos demasiadamente técnicos, por exemplo, a
organização pode valer-se de uma revista em quadrinhos. A título de ilustração,
voltando ao case da biblioteca, a mídia história em quadrinhos pode ser
empregada com os auxiliares de limpeza, os quais estarão em contato direto com
o acervo, para introduzi-los sobre aspectos relacionados à conservação dos
livros. A revista poderia responder, dentre outras questões, quais os produtos
e materiais podem ser usados ou não na limpeza das estantes e do salão onde
estão dispostos os livros da biblioteca.
A fórmula, evidentemente, não é matemática. Não são todos os
casos em que a mídia revista em quadrinhos cabe de forma eficiente. Todavia, o
importante é ter em mente que, nas palavras de Joe Marconi, em seu livro,
“(...) para se comunicar com funcionários de modo a promover respeito, lealdade
e melhor relacionamento, uma comunicação não precisa ter o aspecto de uma
circular oficial do governo federal”.
O contato pessoal com o gestor tende a ser o preferido pelos
colaboradores, e, por isso, deve sempre ser considerado. Nesta linha, grupos de
discussão, para se colher opiniões e sugestões dos colaboradores, podem ser
empregados. Nas reuniões, por seu turno, o formato “assembleia” pode ser
substituído por outro, no qual, diretoria e colaboradores estejam no mesmo
nível, lado a lado, “(...) e não um de frente para o outro como se fossem
debater em lados opostos”, frisa Marconi.
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