Diafragma e Obturador: o controle de exposição à luz na fotografia básica

Imagem de Rajiv Kumar por Pixabay

As câmeras fotográficas tradicionais não digitais “começam” nas objetivas, responsáveis por projetarem as imagens a serem sensibilizadas pelo filme. Este retém a imagem para posterior revelação. A sensibilização da imagem no filme sofre influência direta do obturador e do diafragma.

Sérgio Vaz

O obturador controla o tempo em que a luz incide sobre o filme. Mais tempo, menos tempo. Já o diafragma é responsável pelo controle da quantidade de luz que atinge o filme, por meio da abertura de lente. Mais quantidade de luz, menos quantidade de luz.

É no controle do tempo de exposição à luz pelo obturador e na quantidade de luz a qual será exposto o filme, por meio do diafragma, que se determina a exposição do filme à luz – quiçá o item mais complexo da fotografia básica. É a partir da combinação entre a velocidade do obturador e a abertura do diafragma que se compõe a exposição, que pode variar em função do tema específico da imagem desejada.

No bojo dos esforços em busca de uma combinação que propicie a exposição pertinente, é imperativo que o fotógrafo atente para o número ISO do filme, que indica a sua sensibilidade à luz. A classificação por números ISO servem apenas como elementos de orientação, que trabalham juntos com um aparelho denominado fotômetro.

Turno da Manhã - ISO do filme recomendado: 100 a 400.

Turno da tarde - ISO do filme recomendado: 400 a 800.

Turno da noite - ISO do filme recomendado: 1600 a 6400.

O fotômetro nada mais é do que a combinação de uma fotocélula e de uma escala que apresenta, a título de guia meramente consultivo, a mediação de luz a partir da combinação obturador/diafragma. Tal medição é fornecida por meio de uma escala, que, levando em consideração o pacto entre velocidade e abertura, indica – à direita (positivo) ou à esquerda (negativo) do centro, onde lê-se um zero, se há muita ou pouca luz.

Um fotógrafo profissional não é obrigado a se ater a orientação da escala fotométrica. No entanto, a escala facilita o profissional em seu objetivo de, conforme o caso, retratar uma interpretação única de um determinado evento, por meio de uma maior luminosidade, ou através de certo negrume.

O tamanho da abertura do diafragma é medida em números f ou pontos, que podem ser regulados em um anel em torno das lentes, as objetivas. Nesta escala específica, quanto maior o número, menor a abertura. Se a abertura é menor, menor também é a quantidade de luz. Quanto menor o número, maior a abertura, o que significa maior quantidade de luz a qual o filme está exposto. Os números f, aos quais nos referimos aqui, são dispostos segundo o padrão: 1.2, 1.4, 2, 2.8, 4 etc.

A velocidade do obturador é controlada pela seguinte lógica: quanto mais lento o obturador (menor a velocidade), mais tempo o obturador permanece aberto. Quanto mais tempo o obturador estiver aberto, mais luz atinge o filme. Do contrário, quanto mais célere o obturador (maior velocidade), por menos tempo o obturador fica aberto. Por quanto menos tempo o obturador estiver aberto, menos luz atingirá o filme. A escala de velocidade do obturador costuma ser apresentada reduzindo-se pela metade, a cada ponto, a exposição. Ou seja: 1 segundo, ½, ¼, 1/8, 1/15 etc.

A relação entre a velocidade – o tempo de exposição à luz, propiciado pelo obturador – e a abertura – a quantidade de ingresso de luz, em decorrência do diâmetro da abertura do diafragma – tem seu ajuste, grosso modo, controlado pela proporcionalidade da combinação de ambas as escalas. É possível reduzir a luminosidade por meio de uma menor abertura, mais compensar essa mesma luminosidade por meio de uma velocidade mais lenta.

Referência de compensação de exposição:

ISO: 100.

Abertura: 16.

Velocidade: 1/125

É preciso atentar, no entanto para alguns detalhes. A depender da velocidade escolhida para o obturador, uma cena com objeto em movimento pode sair deformada, sem nitidez. Para evitar tal efeito, a depender dos objetivos do fotógrafo, costuma-se escolher uma velocidade maior, ou seja, um menor tempo de exposição à luz pelo filme, o que possibilita a imobilização de um movimento. Aqui, a foto “congela” a ação. Para efeito de congelar um movimento, vale ter em mente a velocidade 1/125 s como referência.

O uso da abertura do diafragma  também deve ser estudado. Isso porque quanto menor a abertura do diafragma, maior a profundidade de campo da fotografia. Por sua vez, quanto maior a abertura do diafragma, menor a profundidade de campo de uma fotografia.

Lembramos que a medição da abertura do diafragma é inversamente proporcional ao tamanho do número f, utilizado em sua escala. Ou seja, quanto maior o número f, menor a abertura. Quanto menor o número f, maior a abertura.

Uma abertura f 22, por exemplo, possuir maior profundidade de campo do que uma abertura f 4. A abertura f 22 é menor que a abertura f 4 – que corresponde a uma grande abertura.

Profundidade de campo nada mais é que a região nítida de uma fotografia, ou seja, a cena focalizada nitidamente, em contraposição às cenas desfocadas, menos nítidas. A abertura do diafragma – mais fechado significa menor abertura, logo, maior profundidade de campo; mais aberto significa mais abertura, logo, menor profundidade de campo – é talvez o elemento  mais simples e importante de influência da profundidade de campo. Mais profundidade de campo, maior nitidez. Menos profundidade de campo, menor nitidez.

 

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